Regresso ao Reichstag para o desenhar juntamente com o novo edifício feito para albergar o governo. O tempo estava chuvoso e não me pude estender na relva molhada.
Na Alexanderplatz, onde se situa a Câmara Municipal (Berliner Rathaus) e uma antena de televisão que é vista de qualquer ponto de Berlim, ficam os defuntos Marx e Engels, numa escultura em perfeito realismo socialista. Podem-me ver a desenhá-los aqui.
Tiergarten é um enorme espaço verde. Parece que no Inverno fica todo castanho e inóspito, mas agora parecia um bosque cheio de tons de verde e com caminhos onde se anda de bicicleta ou simplesmente a pé. É atravessado por duas ruas largas e no seu cruzamento está a Deusa Vitória, que faz parte da nossa memória cinéfila.
A cidade de Berlim antes e depois da queda do muro é muito diferente. Não estive lá antes, mas penso que posso dizer que melhorou bastante. Nos dois lados. Ao fundo desta praça vêem-se as Portas de Brandeburgo, por onde o muro passava, mesmo em frente.
Como o sol é pouco aproveita-se a mínima nesga para se sentar na “praia”. A “praia” é um bocado de areia que juntaram na margem do rio. Berlim está cheia de esplanadas, inexplicavelmente ao contrário de Lisboa.
Quando visitamos museus de países que foram, e que ainda são, potências mundiais, ficamos impressionados com a pilhagem que foi feita noutros países menos desenvolvidos. A grande justificação é que assim estão mais protegidos. O Pergamonmuseum não foge à regra. Tem monumentos inteiros lá dentro. É uma visita a não perder, mas imagino as populações a verem os estrangeiros a desaparecerem com os seus tesouros.
Lisboa não é uma cidade fácil para nos transportarmos de bicicleta. Mas as cidades ficam muito mais agradáveis com menos carros e mais bicicletas, ruas estreitas e passeios largos.
Os Trabant, ou Trabi para os amigos, são uns simpáticos carros que foram em tempos fabricados na ex-RDA. Imagino uma cidade com excelentes transportes públicos e uns Trabi para as emergências. Com cores variadas e alegres.
É uma praça dum tamanho enorme, com paralelepípedos cinzentos de dimensões diferentes em altura, desde raso até muito mais alto que uma pessoa. Estão dispostos em quadrícula. Pode ser usada, andando pelo meio ou sentando em cima. O impacto é impressionante e comovente.
Monumento aos judeus mortos na 2ªGuerra Mundial pelos nazis.
Fui para Berlim com um caderno novo e com mais folhas, ou seja, com uma lombada maior. Além da habitual inibição de começar um caderno a dificuldade de transporte no bolso também não ajuda. Quando me sentei neste relvado em frente ao Reichstag surgiu-me finalmente a vontade de desenhar. Mas não tive vontade de subir à cúpula de Norman Foster.