sábado, abril 30, 2016

CADERNO DE ABRANTES

Com o patrocínio da Câmara Municipal de Abrantes e da Ordem dos Arquitectos (Secção Regional do Sul, Delegação do Centro) foi editado o livro com os desenhos que fiz o ano passado naquela cidade durante a residência de 11 dias. São 60 desenhos reproduzidos integralmente.

No texto de apresentação escrevi: "Quando me convidaram para desenhar esta cidade, Abrantes, cidade onde nunca tinha estado mais que umas horas, pensei: “Será que conhecem os meus desenhos? Que sabem que tipo de desenho faço? Saberão que os meus registos não são completamente fidedignos ao observado?...” Sabiam e a liberdade era total.

Precisamos de tempo para nos identificarmos com uma cidade, para sabermos o que essa cidade tem para nos dar, para percebermos as suas fragilidades, as suas subtilezas, os seus tesouros. E as pessoas que as habitam. E eu tive esse tempo. Tive tempo para calcorrear as ruas, olhar para cima, ver quem estava à janela, entrar no café, observar quem lá estava, sentar-me no jardim e perceber o movimento nas várias horas do dia. E o desenho é o registo por excelência. É o registo que, apesar da sua falta de objectividade, melhor nos consegue transmitir essa realidade. A realidade que o desenhador observou e guardou na memória."

Alguns dos desenhos já os publiquei no blog.


quinta-feira, abril 21, 2016

Salvador Dalí

Um caderno de 42 páginas feito entre 1930 e 1935 com desenhos e toda a espécie de anotações.


terça-feira, abril 19, 2016

As árvores

Há quem não goste e evite desenhar árvores. Mas elas existem e quase sempre têm um peso visual muito grande. Por vezes opto por deixá-las como vazio. Fico sempre na dúvida se é a melhor opção.


segunda-feira, abril 18, 2016

Adamastor

Já não ia ao Adamastor há uns tempos. Continua com a mesma animação e com a mesma "fauna". Mas agora com ainda mais turistas. Este desenho foi feito quando ainda estavam poucos. Depois fomos ao lançamento do livro da Maria Meijide na livraria Palavra de Viajante. Para mim um bom livro de viagens é quando se sente que os desenhos não foram feitos para serem editados. E, neste caso, é o que parece. Excelente livro.


sexta-feira, abril 15, 2016

Calçada da Patriarcal

Para ir a pé do largo do Rato à praça da Figueira cortei caminho. Virei à esquerda em frente ao Príncipe Real. Uma rua a descer e a seguir à curva esta pequena praça sem nome.


quarta-feira, abril 13, 2016

Ericeira

A senhora que estava a ver o mar, veio depois espreitar o desenho e dizer: “Que artista! A Ericeira é muito bonita”. E é mesmo. O jantar, num restaurante ali perto, estava delicioso.



domingo, abril 10, 2016

Casa das Aguarelas

Convidarem-me para passar uma noite num formidável hotel na Ericeira, com o sugestivo nome de Casa das Aguarelas, num confortável quarto, com um pequeno pátio interior, perto do mar, com óptimos restaurantes à volta, sabe muito bem. E ainda por cima, para troca, só tinha que fazer o que gosto mais: desenhar! Desenhei o edifício (na esquina da travessa do Honrado com a rua Alves Crespo) (primeiro desenho, com o mar ao fundo), o meu quarto (o 13), o pátio do quarto, e mais dois quartos (o 33 e o 20).






sexta-feira, abril 08, 2016

António Arroio

Ontem à porta da escola António Arroio. E assim acabei mais um caderno.


terça-feira, abril 05, 2016

À espera

À espera no Terminal Rodoviário da Ericeira.


segunda-feira, abril 04, 2016

Dois desenhos

Depois de estarmos com os patos na Gulbenkian fomos para casa. A Mariana juntou-se a nós e fizemos mais um desenho. Eu o de cima e ela o de baixo. Menos os planetas.



sábado, abril 02, 2016

Jantar Comunitário

As pessoas presentes neste jantar comunitário, que vivem na rua ou em situações muito precárias, são, para as outras, como se fossem “invisíveis”. As pessoas passam por eles e olham para o lado, não as querem ver, no fundo não querem ser confrontadas com aquele outro. Alfredo, o responsável pela Associação "Serve the City" convidou-nos para nós, segundo disse, tornámo-los “visíveis”. Para os desenharmos temos que olhar muitas vezes, temos que observar todos os pormenores, as suas expressões, como se vestem, os seus gestos. Serem o objecto, pelo menos durante uns minutos, da nossa (máxima) atenção.




A meio do jantar consegui um lugar numa mesa. Chamou-me a atenção um senhor que abriu uma pasta e mostrava desenhos aos outros companheiros de mesa. O pintor é o Dacosta (nome artístico de Vítor da Costa) com quem conversei sobre os seus recentes êxitos artísticos. Ao meu lado esquerdo estava Tito, que veio de África já adulto e vive em Carcavelos, perto da praia, o sítio mais parecido com o lugar de onde veio. Do lado direito o Luca, geógrafo italiano que está cá a estudar os tremores de terra. O Joaquim estava mais atento à comida e a Sandra era muito simpática. O Rodrigues e o Carlos eram homens calados que só observavam.


No fim do jantar comprei uma pintura ao Dacosta. O suporte em papel, técnica mista, um abstracto. Para ele é África, a sua origem, com rios, pássaros, o sol a pôr-se, árvores, tudo o que nós quisermos que lá esteja. O título é "O delicioso lugar de estar".