A PRAÇA QUE PODE SER VÁRIAS COISAS
Saímos de uma rua estreita e, ao longe, do outro lado da rua, não se percebia muito bem o que estávamos a ver. Vamos lá ver o que é?! Aproximámo-nos, chegamos, começamos a andar por entre aqueles paralelepípedos de pedra. Uns baixos como campas, outros, um pouco mais altos como bancos, onde havia grupos de pessoas, umas sentadas outras em pé, a conversar, a namorar, ou até a fazer um pic-nic. Andámos mais um bocado e havia outros ainda mais altos, mais altos que nós. E eram como ruas. Uma nova cidade. Labiríntica, claustrofóbica, até opressora, onde tínhamos a sensação de nos perder ou de nos acontecer alguma coisa. Virámos uma esquina e eram outra vez como campas. Um enorme cemitério a perder de vista.
Caderno
Flecha, comprado na Papelaria Fernandes. 11,5x17 cm
Aguarela
e caneta preta
5 comentários:
Ui, que estranho ! O teu desenho tem um belo lado onírico que ilustra bem o texto - ou será antes o contrário ?:)
O local ajuda. Para quem nunca tinha ouvido falar daquele memorial (ao povo judeu), que era o meu caso, é uma experiência inesperada.
Nunca fui a Berlim mas conheço este lugar por fotografias, etenho uma grande curiosidade em visitar. O teu desenho carrega uma aura especial com ele, e está simplesmente formidável.
o que mais me impressionou quando lá estive foi o silêncio que fazia à medida que nos "afundávamos" por entre aquele dédalo de betão.
de repente, a cidade deixava de existir e entrávamos num submundo de reflexão.
belíssima aguarela
Obrigado nelson.
André: foi isso que também senti. E tentei transmitir com o texto.
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