terça-feira, janeiro 13, 2015

Não sei bem o que dizer, mas tenho de dizer qualquer coisa


Não sei bem o que dizer, mas tenho de dizer qualquer coisa.
Mesa-redonda aberta sobre o ataque ao Charlie Hebdo: o poder dos cartoons editoriais, liberdade de imprensa e expressão, limites sociais, contextos históricos da imprensa ilustrada.

Sara Figueiredo Costa, Nuno Saraiva, Osvaldo Macedo de Sousa e Eduardo Salavisa. Moderação de Pedro Moura.

Terça-feira, 20 de Janeiro, às 18h30, no Museu Arqueológico do Carmo.

Entrada livre. 


O crime perpetrado contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo colocou na ordem do dia junto ao grande público uma discussão que tem tido lugar em círculos especializados. Qual o papel do cartoon editorial nas democracias modernas, cujas leis de liberdade de expressão permitem um qualquer grau de negociação entre o que se entenderá por "aceitável" e "pertinente", por um lado, e "exagerado" e "ofensivo", por outro. Se se acreditar numa tal categorização, porém, há que compreender que ambas pertencem a uma longa tradição de trabalhos, e com particular presença na cultura francesa. A questão desta liberdade vai embater noutras questões, como os posicionamentos ideológicos, os ditos limites da imprensa, a censura prévia e as decisões judiciais, assim como a conjuntura actual a nível mundial cujas fricções são vistas por alguns como um "choque de civilizações". Não é difícil começar uma discussão sem tropeçar em controvérsias ou mesmo afirmações elas mesmas insustentadas, já que tudo isto implica emoções, limites ao nosso conhecimento, posicionamentos extremados, etc. 
A comunidade de artistas de banda desenhada, ilustração e cartoon editorial, assim como investigadores e críticos da área têm multiplicado a sua expressão de solidariedade, assombro e até mesmo incompreensão nos mais variados canais de comunicação. Alguns dos seus membros não sabem bem como começar a articular o que pensam e sentem, mas sentem também a urgência em fazer algo mais. Esta é uma oportunidade, entre outras, de dialogar.  

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