Não sei bem o
que dizer, mas tenho de dizer qualquer coisa.
Mesa-redonda
aberta sobre o ataque ao Charlie Hebdo: o poder dos cartoons editoriais,
liberdade de imprensa e expressão, limites sociais, contextos históricos da
imprensa ilustrada.
Sara Figueiredo
Costa, Nuno Saraiva, Osvaldo Macedo de Sousa e Eduardo Salavisa.
Moderação de Pedro Moura.
Terça-feira,
20 de Janeiro, às 18h30, no Museu Arqueológico do Carmo.
Entrada
livre.
O crime
perpetrado contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo colocou na
ordem do dia junto ao grande público uma discussão que tem tido lugar em
círculos especializados. Qual o papel do cartoon editorial nas democracias
modernas, cujas leis de liberdade de expressão permitem um qualquer grau de
negociação entre o que se entenderá por "aceitável" e
"pertinente", por um lado, e "exagerado" e
"ofensivo", por outro. Se se acreditar numa tal categorização, porém,
há que compreender que ambas pertencem a uma longa tradição de trabalhos, e com
particular presença na cultura francesa. A questão desta liberdade vai embater
noutras questões, como os posicionamentos ideológicos, os ditos limites da
imprensa, a censura prévia e as decisões judiciais, assim como a conjuntura
actual a nível mundial cujas fricções são vistas por alguns como um
"choque de civilizações". Não é difícil começar uma discussão sem
tropeçar em controvérsias ou mesmo afirmações elas mesmas insustentadas, já que
tudo isto implica emoções, limites ao nosso conhecimento, posicionamentos
extremados, etc.
A comunidade de artistas de banda
desenhada, ilustração e cartoon editorial, assim como investigadores e críticos
da área têm multiplicado a sua expressão de solidariedade, assombro e até mesmo
incompreensão nos mais variados canais de comunicação. Alguns dos seus membros
não sabem bem como começar a articular o que pensam e sentem, mas sentem também
a urgência em fazer algo mais. Esta é uma oportunidade, entre outras, de
dialogar.
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