Há a tendência para os Diários Gráficos serem o suporte onde fazemos desenhos para mostrar aos outros como somos bons desenhadores. Talvez sejam os blogues os “responsáveis” por isso. “Vejam como desenhei tão bem isto” parecemos dizer quando “postamos”. Ora isto é o contrário, para mim, do que deve ser um Diário Gráfico: espaço de liberdade onde a ideia de erro não faz sentido. Veio-me isto à cabeça, ontem, quando estava a ouvir a Dilar no seu excelente trabalho de mestrado na FBAUL.
quinta-feira, janeiro 10, 2013
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10 comentários:
É isso mesmo.
Estoy de acuerdo y alguna vez lo he puesto en algunos comentarios de blogs de cuadernistas: si pensamos que aparecerá publicado pierde su frescura de ensayo error sin importar. Hay que ver que un blog no es un cuaderno. Para no caer en esta falta, yo suelo pensar que el blog es sólo una formula para archivar y encontrar cosas, para uno mismo- La presencia de los demás es sólo un accidente.
Saludos
A partir do momento em que o diário gráfico surge na esfera pública, está em causa uma intenção comunicativa para com um público.
Pessoalmente, penso que a diferença entre um autor que está preso ao "vejam que bem que eu desenhei isto" e um outro que não esteja, está naquilo que comunica através da imagem.
Há imagens que são um "showoff" da técnica. E, até aqui, tudo bem. Certamente que há espaço para se apreciar uma boa técnica, exploração de diferentes materiais, etc... Mas depois há outros que querem dizer algo com as imagens que não tem tanto a ver com a técnica do desenho mas sim com o conteúdo da mensagem visual. A expressão visual surge ao serviço da comunicação dessa mensagem.
Penso que há muitos autores que inconscientemente ficam "presos" ao caracter expositivo do diário gráfico… (incluindo eu) ao ponto nos esquecermos que há um lado exploratório que o define. Caso contrário, passa a ser um "albúm de desenhos"…
A questão que eu coloco é: "Os registos mais exploratórios têm interesse para o público que visita os nossos blogues? Qual é a função destas imagens…?"
"Um blog não é um caderno", "Os registos mais exploratórios terão interesse para os outros?". Obrigado pelas reflexões. Abraço
Seja blogue, seja caderno, seja o que for, que seja feito com prazer e sinceridade. Até os actos do dia-a-dia. Os desenhos são disso notícia.
Às vezes pode até ser uma oferta, uma homenagem, ou um exercício (nos desenhos das crianças, por exemplo, não há ainda vaidade, e a partir do momento em que a há (orgulho naquilo que fazem),ainda melhor!
Gostei de seguir as reflexões. Eu, uma "outsider" atrevo-me a publicar porque o desenho me pegou interiormente e gosto de dar disso testemunho e gosto, acima de tudo, de compartilhar e de aprender com os outros. Tento melhorar mas, acima de tudo, tento experimentar e perder os "chavões" de que vinha imbuída quando aterrei no mundo dos diários gráficos. Foi o blogue do Eduardo Salavisa que me libertou.
Obrigado hfm. É música para os meus ouvidos...
sobre a tendência do "show off", admito que exista, mas não lhe dou importância. pensando em mim, acho que não me revejo nessa posição e espero nunca cair nela. de facto uso um blog para "mostrar", mas penso que me preocupo em mostrar o caderno e por isso, mostrar os desenhos nele contidos são apenas a consequência.
penso desta forma até porque não faço qualquer tipo de selecção editorial nos desenhos que apresento, pois interessa-me exactamente o contrário: o caderno na sua totalidade.
sobre "o espaço de liberdade onde a ideia de erro não existe", também estou de acordo. arriscaria mesmo a dizer que: o erro está tão presente no diário que anula a possibilidade de ideia da sua existência.
hoje mesmo escrevi em resposta a um aluno, meu pelo facto de ele dizer que muitas vezes não tinha paciência para acabar os seus desenhos nos cadernos.
se estiverem interessados no texto dêem um pulo em http://sketchbooktherapy.wordpress.com/not-pappers/
abraços
marco antónio costa
bons desenhos e boa viagem, até ao regresso.
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